Natura
23/04/2011 21:56
Olá a todos! Mais uma vez vamos mostrar a história de uma genuína empresa brasileira que conquistou seu espaço não só no Brasil mas, em todo o mundo.
A marca NATURA, que virou sinônimo de cosméticos no Brasil, foi fundada em 1969 por Antonio Luiz Seabra, Guilherme Leal e Pedro Passos, como um laboratório e uma pequena loja de cosméticos, situada na rua Oscar Freire, em São Paulo. Nela, Seabra, seus sócios e apenas sete funcionários, vendiam seus produtos e prestavam consultoria de beleza aos usuários da marca. Foi atendendo e conversando com seus clientes que constatou o potencial transformador dos cosméticos, visto que o ato de tratar da pele é expressão de auto-estima do indivíduo. A marca foi lançada baseada na qualidade dos seus produtos e na força do conceito de ajudar as pessoas a se conhecerem melhor e a serem mais felizes. A NATURA era movida pela paixão do produto cosmético como importante veículo de auto-conhecimento e percepção e seu poder de transformação na vida das pessoas. No início faltava dinheiro, sobrava sonho e ousadia. Nos primeiros anos, a limitação de capital e a dificuldade de reproduzir em maior escala o atendimento personalizado, se contrapunha à experiência bem sucedida das clientes que levavam os produtos e os conceitos da NATURA a mais e mais pessoas. Era impraticável a divulgação dos conceitos, valores, visão de mundo e da linha de produtos que tanto entusiasmavam os fundadores. A empresa estava na contramão do mercado: a cosmética terapêutica era uma ilustre desconhecida e os princípios ativos de origem natural ainda não estavam em moda. As embalagens modestas, quase artesanais, inviabilizavam negócios com os canais tradicionais de acesso aos consumidores.
Apesar das dificuldades, o êxito alcançado pelos produtos e tratamentos, levou a empresa visualizar a possibilidade de uma grande expansão dos negócios. Para isso, tinha como alternativas a abertura de uma rede de franquia, multiplicando o exemplo da primeira loja, ou a adoção do regime de Vendas Diretas, que permitiria ampliar o atendimento personalizado oferecido na loja, através das consultas. Entre as clientes entusiasmadas pelos resultados obtidos no uso dos produtos, a empresa tinha um número considerável de interessadas em se tornarem consultoras, após o necessário treinamento. Foi então, que em 1974, a NATURA optou pela venda direta. Nascia à consultoria NATURA e a figura importante das consultoras, que hoje somam atualmente 561 mil no Brasil e mais de 60 mil em operações internacionais. A NATURA terminou os anos 70 como uma empresa viável apoiada em suas crenças e visão de mundo que inspiravam a criação de produtos e conceitos inovadores e de padrão mundial. Seguiu-se uma década de forte expansão e aprendizado, superando o desafio de apoiar e reforçar relações cada vez mais distantes geograficamente, à medida que expandia atuação por todo o Brasil. No início da década de 80 emergiu a necessidade de ampliação da oferta de produtos. Além da Cosmética Terapêutica, a empresa passou a vender linhas de maquiagem e perfumaria. No ano de 1984 a marca introduziu um dos produtos mais conhecidos, o sabonete Erva Doce cremosa para as mãos. A expansão internacional começou pela América do Sul, com o ingresso no mercado chileno por meio de distribuidor terceirizado, na década de 80, e expandiu sua atuação para Argentina, Peru e Bolívia.
Em 1983, chega ao mercado americano, para uma curta experiência em Miami com a marca NUMINA. Mundialmente, a marca inovou ao lançar, também neste mesmo ano, em uma iniciativa pioneira, os refis dos produtos que gastam 54% menos de massa. Desde o seu lançamento 2.2 mil toneladas de embalagens deixaram de ser colocadas no mercado. Em 1989, impulsionada pela fusão das quatro pequenas empresas que formavam o sistema NATURA, até então, emergiu uma renovada empresa capaz de atrair e mobilizar a energia e os corações de milhares de consultoras, consumidores e colaboradores para realizar um sonho: contribuir para o aperfeiçoamento da sociedade e da qualidade das relações humanas. Em 2002, entrou para os free shops de aeroportos brasileiros e em 2005 estreou na Europa com uma loja (chamada Casa Natura) em Paris, a capital mundial dos cosméticos, dando origem à expansão da marca em outras partes do mundo. Recentemente, a NATURA também deu sinais de agressividade em outras frentes, como a anunciada aceleração dos investimentos em marketing. A empresa tradicionalmente direcionava seus investimentos apenas para o marketing institucional. Em 2008, decidiu mudar de estratégia e iniciou uma grande campanha para a recém-lançada linha de perfumes Amor América. A empresa reduziu o tamanho de seu portfólio de produtos, que caiu de 930 itens, em 2007, para 739 ao final de 2008. O número de lançamentos também encolheu, de 183 para 118 no mesmo período. Mas o investimento em inovação se manteve em R$ 100 milhões e o gasto em marketing com a marca cresceu.
A CASA NATURA
No dia 14 de setembro de 2006, a empresa inaugurou, na cidade de Campinas, interior de São Paulo, a primeira Casa Natura no Brasil, um espaço aberto ao público, misto de centro de convivência e loja, seguindo tendência do setor de cosméticos. Lá os consumidores podem experimentar toda a linha de cosméticos da NATURA, comprar produtos e até fazer cursos e massagens. A razão de ser da empresa – “bem estar bem” – serviu de inspiração para a construção da Casa Natura, que foi projetada em total integração com as formas de expressão da marca: da decoração dos ambientes à recepção acolhedora. A arquitetura valoriza formas simples e cores claras, de acordo com o perfil da marca. Portas de vidro trazem claridade e transparência; os jardins internos e externos completam a sensação de bem-estar e de proximidade com a natureza. A intenção da NATURA é clara: promover a proximidade do consumidor com as consultoras e produtos, podendo experimentá-los e sobretudo reforçar a imagem da marca e promover benefícios para a comunidade, oferecendo os mais variados cursos, oficinas e palestras gratuitamente, que vão desde o aproveitamento total de alimentos, jardinagem à fotografia digital. Em seu primeiro ano de funcionamento a Casa Natura recebeu mais de 15 mil visitantes.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Poucas empresas brasileiras têm a preocupação com a sustentabilidade gravada em seu DNA desde o nascimento. A NATURA é um dos raros exemplos — e, naquele tempo, conceitos como “responsabilidade social” e “sustentabilidade” nem sequer haviam sido definidos formalmente. Uma das iniciativas recentes é a ponta-de-lança de uma mudança mais radical que a NATURA vem promovendo em sua linha de produtos. Além de abolir testes em animais, ela está, aos poucos, mudando as fórmulas de seus cosméticos. Saem de cena os ingredientes animais e minerais (provenientes do petróleo) e entram matérias-primas vegetais. Os sabonetes foram a primeira linha de produtos a passar por essa mudança, em 2005, num processo que a companhia chama de “vegetalização”. O sebo de boi, a matéria-prima mais usada, foi substituído por óleos vegetais. Com o mesmo cuidado com que desenvolve fórmulas, a NATURA se preocupa com as embalagens dos produtos, para que elas reflitam a atratividade e o impacto positivo dos valores da empresa, bem como a preocupação com a responsabilidade ambiental. A empresa foi pioneira, em 1983, no uso de refis para produtos de maior consumo. Essa medida reflete expressivamente o comprometimento da empresa com a questão ambiental.
Os planos de expansão da NATURA são focados e visam exportar muito mais que seus produtos. Onde for, quer levar seus valores e crenças e, principalmente, evidenciar a cultura e a riqueza brasileiras. Poucos anos atrás, em 2006, a NATURA anunciou duas que reforçam a postura de empresa responsável. Uma delas foi a total eliminação de testes em cobaias, uma prática, que era motivo de fortes críticas de entidades que atuam em defesa dos animais. A outra foi o lançamento do projeto de redução de gases geradores do efeito estufa em sua cadeia produtiva. Ainda nesse compromisso, a NATURA lançou também em 2006 um projeto para incentivar as consultoras a recolherem as embalagens de seus clientes e encaminharem às cooperativas de reciclagem. Assim, além de contribuir para reduzir o impacto ambiental ajuda na geração de renda. Mas a ação principal para a redução do gás carbônico que a empresa desenvolve é a venda de refis. Para reforçar essa imagem de empresa responsável, a NATURA aposta também no projeto Carbono Neutro. A idéia é reduzir ao mínimo as emissões de gases geradores do efeito estufa em toda a cadeia produtiva. Para alcançar o objetivo, a NATURA trabalha em várias frentes: trocou os microônibus a diesel que transportavam funcionários dentro da fábrica, em Cajamar, na Grande São Paulo, por carrinhos movidos a gás natural; substituiu o álcool utilizado nas fórmulas de perfumes por álcool orgânico (produzido sem agrotóxicos ou queimadas) e está intensificando o uso de material reciclado nos frascos.
Fonte: Mundo das marcas