Magazine Luiza

27/03/2011 23:55

Um caixeiro-viajante chamado Pelegrino José Donato passou pela cidade de Franca, no interior de São Paulo, em meados de 1956, por força de seu ofício. Lá conheceu uma balconista que viria a se tornar sua mulher. Seu nome: Luiza TrajanoNo ano seguinte, já casados, compraram uma loja chamada A Cristaleira, que vendia móveis e eletrodomésticos em Franca. Após a aquisição, uma jogada de mestre foi bolada para sedimentar o novo ponto comercial entre a população da cidade: Luiza e Pelegrino promoveram um concurso em uma rádio local para a escolha do novo nome da loja. Após escrutínio popular, o nome escolhido foi Magazine LuizaO nome pegou. Em Franca a loja se notabilizou pelo atendimento, gerido pelos próprios donos, especialmente dona Luiza, que além de “encostar o umbigo no balcão”, também supervisionava a expedição e fazia pesquisa de mercado. Em 1966, fortalecendo a imagem de empresa familiar, são admitidos como sócios a irmã de Luiza, Maria Trajano Garcia e seu esposo, Wagner Garcia.
O Magazine Luiza crescia sólida e lentamente. Já na década de 1970, mais precisamente em 1976, é inaugurada a loja que os fundadores chamam de “número um” em Franca. Com 500 m², é a primeira loja de departamentos da rede. Os filhos dos sócios começam a atuar mais ativamente na direção, em especial Maria Luiza Trajano, a sobrinha de Luiza Trajano. Já sob a gestão da nova geração, o Magazine Luiza começa a mudar sua gestão rentável, porém conservadora de negócios. Na década seguinte, em 1981, o Magazine Luiza implantou o sistema de computação para controle de vendas e estoque. Provavelmente foi a primeira rede do varejo brasileiro a fazer tal implementação. Em 1983 a rede sai pela primeira vez do estado de São Paulo, abrindo uma filial em Minas Gerais. Já em 1986, o Magazine Luiza inaugura o centro de distribuição de Ribeirão Preto, totalmente automatizado. À epoca o Magazine Luiza tinha 32 lojas. Mas foi em 1991 que o grande salto aconteceu. A matriarca Luiza Trajano endereçou à sobrinha Maria Luiza um bilhete curto porém decisivo: “Logo vou completar 62 anos. Estou ficando velha. Acho melhor você assumir o Magazine”. A escolha da sucessora não foi feita por nenhuma afinidade subjetiva. Maria Luiza Trajano trabalhava como balconista desde os 12, nos períodos de férias escolares. O “umbigo no balcão”desenvolveu o latente tino comercial e aos 18 começou a trabalhar de forma integral no Magazine Luiza, concomitantemente aos estudos na Faculdade de Franca. Matérias? Direito e administração de empresas.
Rapidamente Maria Luiza Trajano galgou posições mais altas na hierarquia da empresa e na época do bilhete ela já era a superintendente e principal executiva do Magazine Luiza. A primeira atitude dela foi descentralizar o controle operacional. Maria Luiza conseguiu feitos extraordinários: não permitiu que os egos familiares se sobressaltassem quando ela solicitou os cargos de todos os parentes e fez com que seus funcionários tivessem presença ativa nas decisões, dando agilidade a elas. Com isso a expansão do Magazine Luiza começou a adquirir velocidade. A criação da holding LTD foi a mola propulsora das idéias inovadoras e do avanço exponencial da rede.
Em 1992 a rede deu uma tacada inovadora e ambiciosa: criou a Loja Eletrônica Luiza, hoje Loja Virtual. A primeira cidade a receber uma Loja Virtual foi Igarapava (SP). São unidades sem nenhum produto em exposição ou estocado; toda visualização das mercadorias é feita através de terminais multimídia conectados a uma central de dados. Os vendedores agem como mestres de cerimônia e humanizam o atendimento.
1993 foi o ano da primeira Liquidação Fantástica, uma das estratégias de marketing e vendas mais copiadas do varejo brasileiro. No início de janeiro a rede vende produtos de mostruário e desova seus estoques de ano novo em um único dia, com descontos reais de até 70%. O sucesso foi enorme: o consumidor aderiu à Liquidação Fantástica formando filas quilométricas em frente às lojas e fazendo o evento ser noticiado pelos principais jornais do país. A tão sonhada expansão da rede começou a ser delineada após 1995 e nos anos 2000. A Casas Felipe, com lojas no PR e no MS foi comprada em 1996. Em 2003 são adquiridas as lojas Lider de Campinas (SP) e a rede Wanel de Sorocaba (SP). Em 2004 abriu-se uma oportunidade de ouro para a entrada na região Sul do País. Foram compradas a rede Arno (RS), e as lojas Base, Kilar e Madol com lojas no PR e em SC.
Em 2006 são inaugurados 3 centros de distribuição com localizações estratégicas: Caxias do Sul (RS), Contagem (MG) e Navegantes (SC). Em 2007 o centro de distribuição central da rede abre as portas em Louveira (SP), às margens da Rodovia dos Bandeirantes. Em 2008 foram abertas 50 lojas no maior e mais difícil mercado brasileiro: São Paulo, capital. Em 2010, frente aos avanços da concorrência sobre a posição do Magazine Luiza no mercado — a saber, a aquisição da Casas Bahia pelo Grupo Pão de Açucar, por meio do Ponto Frio e a criação da holding Máquina de Vendas, resultado da união da mineira Ricardo Eletro com a baiana Insinuante, mais City Lar – a rede do interior de SP comprou a rede paraibana Lojas Maia, atuando no mercado do Nordeste desde 1959. Com esta compra, o Magazine Luiza conseguiu penetração no Nordeste e um acréscimo de 140 lojas à sua rede nos nove estados da região.

 

Desde 2003 o Magazine Luiza faz parte da lista das melhores empresas para se trabalhar no Brasil, segundo dados do Great Place to Work Institute, sempre entre as dez mais bem colocadas, sendo que no primeiro ano de certificação foi a primeira colocada. 

Fonte: Mundo das marcas